terça-feira, 28 de setembro de 2010

Confissão

esperando pela morte 
como um gato
que vai pular
na cama
sinto muita pena de 
minha mulher
ela vai ver este
corpo
rijo e
branco
vai sacudi-lo talvez
sacudi-lo de novo:
"Hank!"
e Hank não vai responder
não é minha morte que me 
preocupa, é minha mulher
deixada sozinha com este monte
de coisa
nenhuma.
no entanto 
eu quero que ela 
saiba
que dormir todas as noites 
a seu lado
e mesmo as
discussões mais banais
eram coisas 
realmente esplêndidas
e as palavras 
difíceis 
que sempre tive medo de 
dizer
podem agora ser ditas:
eu te
amo.

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